terça-feira, 3 de dezembro de 2013

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Ultimamente ela tem andado estranha, como se tivesse sozinha, num Mundo em que as pessoas que a rodeiam, a amam.
Passou a ter medo do escuro arrepiante, do pôr-do-sol ilusionista, medo do silêncio ensurdecedor, do calor abafador, dos longos caminhos que são como setas que atravessam o seu coração apenas numa daquelas músicas de amor, que lhe fazem relembrar tudo aquilo que ela nunca passou contigo.
Isto tudo porque tem saudades, tem saudades dos momentos que não ocorreram ao teu lado. Saudades da “vossa” canção que tu não lhe dedicaste. Tem saudades dos telefonemas que não lhe fazias todas as noites, ela tem saudades dos nomes fofinhos e amorosos que nunca lhe chamaste. Tem saudades dos vossos passeios ao luar inexistentes. Ela tem saudades de um sorriso, de um abraço, de uma conversa, das brincadeiras, tem saudades de tudo, de tudo o que lhe devias ter dado e que nunca lhe deste. Mas sobretudo tem saudades daquilo que nunca teve. Tu.
E ela, ela continua sem perceber o porquê de ter tanto medo e saudades, o porquê que tem de haver uma despedida antes de um começo.

E sabes qual é a razão disso? É que tu decidiste pôr um ponto final antes de começares a narrar a vossa história.  

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