terça-feira, 19 de agosto de 2014

Abrigo de uma luz encantada

Éramos muito mais do que dois corpos unidos na imensidão daquele quarto que repugnava qualquer ser que lá entrasse, havia roupa, muita roupa suja espalhada pelo chão do quarto, sapatos, e mais umas quantas coisas que não apelavam à entrada de alguém, mas por muito estranho que parecesse, não sentia nojo de lá estar, até me sentia bem. Encontrava naquele espaço algo, um sentimento que me transmitia um bem estar ofegante que me levava ao céu e que passando pela lua proporcionava-me a uma viagem única, viagem essa que durava entre 5 a 15 minutos, e quando se repetia voltava a viajar numa viagem que parecia não ter regresso.
 Essa viagem repetiu-se umas 6 vezes durante essas intensas horas, havia um cheiro, estranho e alheio ao meu conhecimento que fazia aumentar o meu desejo de continuar naquelas viagens meigas, doces e quentes.
O relógio ia intensamente marcando a pulsação do tempo, dos nossos corpos, e dos nossos corações. 
E, quando concentrei todas as minhas forças, emoções e sentimentos, para em pensamento, apenas, desenhar um rascunho de sonhos, esqueci-me de mágoas passadas entregando-me a um corpo e a uma alma, tornando-me assim em desejos de um coração vulnerável. 

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